Eu, Giordano, sou daquele tipo de pessoa que na maioria das vezes prefere viver a prática antes da teoria. E é por isso que divido aqui um sentimento que tem sido quase que constante na vida desse hacker com só 1 mês de experiência: a vulnerabilidade. Uma palavra que hoje é tão falada mas que requer doses diárias de exercício para quem a vive (ou pelo menos deseja viver).
Tenho feito descobertas poderosas sobre esse tema, mas indo além e tentando entender o que vem atrelado a ele. Por muito tempo tivemos como referências para qualquer assunto que fosse, desde esportistas a CEOs, pessoas vistas como sobrehumanas, de outro mundo, super-heróis ou heroínas. Só que hoje cada vez mais a realidade se põe de outra forma: os esportistas e CEOs que tanto admiramos continuam sendo extremamente competentes no que fazem, mas sabemos que são pessoas com um número tão grande (se não maior) de medos e incertezas quanto eu e tu que estás lendo esse texto.
E o que tem gerado essa mudança? Elas estão mostrando vulnerabilidade e deixando a capa de herói ou heroína para trás. Nesse processo, que é longo e aos poucos está fazendo sentido para mais e mais pessoas, é necessário o entendimento de que se mostrar vulnerável não significa de forma alguma se mostrar fraco. É entender que temos defeitos, que não sabemos tudo sobre todos os assuntos, que temos emoções e demandas. A título de exemplo, caso tu gostes de futebol, provavelmente ao ver aquele teu ídolo chorando de alegria ao levantar a taça de campeão tu não pensaste que ele é fraco, certo? E ele não é mesmo pois talvez ele tenha chorado por conta de desafios que superou na vida. Mostrar abertura para o outro não é fácil e o medo do julgamento se apresenta de forma natural.
Mas o que tudo isso tem a ver com a minha ainda recente vida de hacker? Tenho comprovado na prática que estar vulnerável e deixar de lado a vaidade, o medo de ser julgado ou qualquer ansiedade de me provar super-herói para os outros tem me proporcionado aprendizado constante, novas formas de encarar desafios e me permitido realmente cocriar com as pessoas. No hacking, é essencial que se entenda que não somos super-heróis, que não precisamos ter 3 MBAs em um assunto específico, que não precisamos entregar o caminho pronto para um objetivo específico, mas sim facilitar com que a construção desse caminho seja feito com e para as pessoas, em um ambiente que entenda o erro como parte do processo e não como fracasso total. É se mostrar presente de verdade e conectado com o grupo para poder, junto com ele, mudar e não simplesmente trazer a mudança sozinho. Tudo isso faz sentido para muitas carreiras além do hacking, afinal vulnerabilidade é um dos pontos que mais distingue os chefes concentradores de poder dos líderes facilitadores. E acredite, o mundo é dos facilitadores.
Sentir, discutir e perceber com outros hackers mais experientes que o que estou sentindo é sentido por eles também é impressionante! Viver isso na rotina é empoderador e recompensador demais, além de dar muito resultado! No livro “O Poder do Hábito”, de Charles Duhigg, é dito que para que um hábito surja é preciso que a gente associe uma recompensa a uma atividade rotineira. Ficarei muito feliz caso esse sentimento novo que tenho experimentado se torne um hábito na minha vida como um todo. Para isso, sei que basta eu viver ele de forma genuína todos os dias.
Vamos juntos?
Texto por Giordano Flores
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