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A diversidade que faz bem para os negócios

Negócios diversos e inclusivos têm muito mais a ver com transformação de cultura e precisam extrapolar o universo das vagas “especiais” para alcançar resultados


A galera de exatas vai curtir, porque vamos começar este texto com números: uma pesquisa do Boston Consulting Group (BCG) mostrou que, para cada dólar de financiamento, startups fundadas por mulheres geram 78 centavos, enquanto aquelas fundadas por homens retornam 31 centavos.


Mais números: o levantamento “Diversidade Importa: América Latina”, da McKinsey & Company, destaca que equipes de organizações que apoiam a diversidade têm 152% a mais de chance de propor ideias inovadoras, bem como 64% de colaborar com melhores práticas organizacionais.


Os números provam que a diversidade é boa para os negócios, certo?

Certo. Acontece que ser uma empresa diversa e inclusiva não é meramente uma questão numérica - e agora o pessoal de humanas é que vai gostar. Essa transformação cultural não se restringe a ampliar a equipe contratando mulheres, pessoas LGBTQIA+, pessoas com deficiência ou negras, e por aí vai. A compreensão aqui é muito mais profunda. Afinal, estamos falando de pessoas que investem em suas carreiras e que têm potencial para se desenvolverem juntamente com o seu negócio. Só que, para isso, elas precisam de ambiente e espaço favorável. E que ambos sejam, de fato, coerentes com as expectativas pessoais e habilidades profissionais.


Tudo começa na liderança


A diversidade nos negócios começa quando as lideranças fornecem meios e suporte para que todas as pessoas tenham oportunidades equiparadas com sua realidade para crescerem dentro da empresa. E, se bem executada, ela traz resultados para negócios de todos os setores.


Vamos voltar aos números para exemplificar: novamente a McKinsey & Company, no estudo Diversidade Importa, mostrou que empresas com políticas pró-diversidade têm faturamento 35% acima de suas concorrentes. Na versão Latina do levantamento, a McKinsey faz uma relação mais detalhada sobre a diversidade nos cargos de gerência sênior e a saúde dos negócios. Mas, nesses mesmos países, principalmente no Brasil, mulheres e pessoas dos demais grupos que já citamos aqui possuem baixa representatividade em cargos de liderança.


E o que esse último dado significa? Que já passou da hora de olhar para a diversidade como um dever humano, e não como uma obrigação legal. A transexual que você contratou naquela seleção “especial” para a recepção, por exemplo, pode querer - e inclusive estar apta - a assumir uma posição na TI. Você acha isso impossível? O impedimento pode estar exatamente nas lideranças. Estamos falando de mentalidade, de cultura, de uma transformação da forma como a gestão pensa e enxerga a questão de gênero, raça, etnia, identidade, etc.


Além de respeitar as pessoas (isso sim é obrigação, tá?), é fundamental abrir espaço no seu negócio para elas participem da tomada de decisão. Para que elas se sintam representadas nos projetos e transformações, e para que elas tenham um ambiente de convivência saudável, no qual é possível denunciar assédios sem medo. Mas é preciso, também, investir em suas carreiras. Treinamentos e cursos de capacitação devem andar juntos com políticas de fomento ao crescimento e incentivo para inovação.


E sabe como fazer isso acontecer? O primeiro passo é ouvir. Isso mesmo, é bem provável que, por exemplo, uma pessoa que está no atendimento queira ser programadora ou desenvolvedora de software (isso se sua empresa for do ramo, mas expanda a ideia para sua realidade, ok?).


Muitas vezes essas pessoas têm sua participação diminuída por experiências traumatizantes. Afinal, o mercado brasileiro não é um exemplo de incentivo e aderência à cultura da diversidade. Transformar o seu negócio - e fazê-lo crescer, como os números já te mostraram - começa por permitir que essas pessoas falem o que sentem do seu empreendimento, apontem para onde elas querem se desenvolver e colaborar para o crescimento conjunto, do negócio e de carreiras.


Resultados como consequência de cultura


Então, a diversidade não pode ser limitada a números - nem de pessoas contratadas, nem de resultados. Claro, é importante abrir mais espaço dentro da sua empresa para esses grupos que têm muito a acrescentar em inovação e expansão de ideias e resultados. E os estudos deixam nítido que eles potencializam os negócios.


Só que, para que tudo isso aconteça, a cultura interna deve estar aberta a ouvir, incentivar e apoiar que mais pessoas (trans, negras, pardas, mulheres, LGBTQIA+) assumam posições de liderança e gestão.


De igual para igual, seu negócio já ganha em se diferenciar dentro de um mercado que ainda enfrenta muitos desafios para escalar a diversidade.


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Descrição da imagem: card único trazendo a frase “A Diversidade que faz bem para os negócios”, tendo ao fundo a imagem de várias pessoas conversando em volta de uma mesa de trabalho.

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