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Gestão para resultados é menos sobre cantar números e mais sobre envolver pessoas

Atualizado: 24 de nov. de 2021

Da criação ao acompanhamento dos indicadores, rituais colaborativos reúnem do operacional à liderança, ajudam a entregar aquilo que foi planejado e levam negócios ao futuro


O Brasil registrou em 2020 a abertura de 3,3 milhões de empresas, segundo dados do Ministério da Economia. Em contrapartida, ao menos 1 milhão foram fechadas no período. E o encerramento de empresas está diretamente ligado à falta de resultados. Parece meio óbvio então que falar de gestão para resultados é falar da longevidade de um negócio - e de onde ele quer estar no futuro.


Mesmo assim, a expressão muitas vezes assusta. E isso costuma acontecer porque a gestão para resultados é imposta de cima para baixo, partindo das lideranças para a equipe sem que esta última entenda, de fato, o seu papel e a sua importância na busca por um propósito comum. "Tudo depende da maturidade das pessoas e da empresa como um todo. A gente tem que envolver desde a turma que nunca teve contato até as lideranças que, em geral estão mais familiarizados com conceitos de gestão", garante Giordano Flores, hacker de modelos de gestão da FOURGE.



Giordano explica que a gestão para resultados nada mais é que um modelo com foco em acompanhar os resultados por meio de indicadores. Nas diversas metodologias existentes no mercado, esses indicadores são apresentados em formato de pirâmide, do topo à base, na seguinte ordem:


Estratégicos: são o topo da pirâmide porque, em geral, são três ou quatro números que definem diretamente os resultados e mostram como o negócio está caminhando rumo ao futuro.


Táticos: representam o meio da pirâmide e são desdobramentos dos indicadores estratégicos. Eles sempre se relacionam, mas essa relação não necessariamente é matemática, como lideranças esperam que seja, mas sim de impacto causal.


Operacionais: são a base da pirâmide e mais fáceis de monitorar no dia a dia, porque estão ligados à rotina da operação do negócio.


Indicadores, o que são e onde vivem


Há duas principais formas de criar esses indicadores: eles podem vir diretamente do planejamento estratégico e, assim, descer de uma faixa para outra da pirâmide, o que costuma ser o mais recomendado. Mas há empresas que percorrem o caminho inverso, observando seus processos para criar primeiro os indicadores operacionais e entender para onde caminham, definindo assim seus indicadores táticos e, depois, estratégicos, conectando a operação ao propósito e à razão de a empresa existir.


Não importa qual o caminho que a gestão por resultados percorre na organização. Mas é fundamental criar indicadores com a participação de todas as pessoas envolvidas diretamente na busca pelos resultados, da operação à liderança. “Esse envolvimento garante que todas as pessoas caminham rumo aos mesmos objetivos e, mais que isso, que todas entendam sua responsabilidade individual para o alcance do resultado coletivo”, destaca Giordano.


E não basta criar os indicadores. É preciso acompanhá-los, verificar se estão trazendo os resultados esperados e corrigir os rumos caso não estejam. E, na FOURGE, tudo isso é feito por meio de rituais colaborativos.


Hora de juntar a galera


Gabriel Gondar, hacker na FOURGE, explica que esses rituais colaborativos nada mais são que reuniões de acompanhamento dos indicadores. Elas devem ter uma periodicidade definida e, mais uma vez, envolver todas as pessoas que lidam diretamente com os resultados do negócio. “Existem inúmeras metodologias para o acompanhamento de indicadores, mas não importa muito qual delas se escolhe. E a gente sequer precisa dizer que está usando uma ou outra. O mais importante é que essas reuniões aconteçam de forma aberta, com a possibilidade de cada pessoa apresentar seus resultados, conversar e dialogar sobre eles, deixar fluir as ideias e enxergar soluções. O ritual que estimulamos é muito mais que uma 'reunião para acompanhamento dos resultados', que soa como algo pomposo. É menos sobre cantar números e mais sobre envolver pessoas", explica o hacker.


Então é só chamar a galera para esses rituais e a gestão para resultados funciona como mágica? Não é tão simples quanto parece. "O que a gente observa na maioria das empresas é que há uma disparidade de entendimento entre lideranças e equipes em relação aos conceitos, ao indicador em si, ao conhecimento técnico do processo e, também, em relação às ferramentas mais indicadas para cada etapa, da criação à solução de problemas. Nesse ponto, atuamos nos rituais como tradutores entre o que as lideranças precisam e o que as pessoas podem fazer para entregar. A gestão passa, então, a ser responsabilidade de todos."


Não adianta, portanto, pensar que esta ou aquela metodologia vai resolver todos os problemas. “Não existe entregar um livro de regras e as pessoas simplesmente fazerem tudo o que está ali sem entender direito o porquê. O que queremos entregar com os rituais é uma biblioteca inteira, para que possa ser consultada na hora em que a equipe precisar”, garante Gabriel.


E embora todo indicador seja um número em si, nem sempre há uma matemática certeira para descer nessa pirâmide, como reforça Giordano. “Precisamos lembrar as lideranças e as pessoas que esse caminho não acontece de uma hora para a outra. Na vida, há sempre um componente de caos, e está tudo bem. Mas só o fato de fazerem isso lado a lado facilita muito o processo e o entendimento sobre a causa que as une dentro do mesmo negócio.”


E com essa causa em mente e as pessoas engajadas no alcance dos resultados, a empresa corre muito menos risco de entrar para as estatísticas de fechamento com as quais abrimos este conteúdo.


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Rituais colaborativos como chave para engajar o time no planejamento estratégico Descrição da imagem: foto de uma xícara de café sobre uma mesa de madeira. #estrategia


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