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Uma viagem muito louca e/ou uma lição de planejamento

Atualizado: 27 de out. de 2022

Planejar, seja uma viagem ou um negócio inteiro, é fundamental para alcançar resultados, mas é preciso estar sempre pronto para lidar, também, com o inesperado


Por Rebeca Pizzi


Eu e o Luciano Mantelli, hacker e fundador da FOURGE, fizemos em agosto uma viagem de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, até Cascavel, no Paraná, pra participar da programação do Show Rural de Inverno Coopavel. Decidimos que, apesar da distância ser grande, faríamos a viagem de ônibus. Afinal, a ideia era ir e voltar de madrugada, então até que não seria tão desconfortável e o custo-benefício era interessante - ao menos na teoria.


Lá fomos nós comprar as passagens, que vieram descritas da seguinte forma:


  • Ida: saída de Porto Alegre na terça, às 18h30, e chegada em Cascavel na quarta, às 10h30;

  • Volta: saída de Cascavel na quinta, às 20h50, e chegada a Porto Alegre na sexta, às 12h30.


Apesar de estar dentro do horário, a ida já foi um pouco cansativa pelas 14 horas de viagem. Chegamos em cima da hora ao evento, trocamos de roupa por lá mesmo, sem passar pelo hotel, e dale atividades com a galera. Rolou um cansaço, mas ok, a gente lidou bem com ele porque estava dentro do planejado.



A volta, como tu já deve estar imaginando, saiu completamente do previsto. A começar pelo fato de que o ônibus que deveria sair às 20h50 de Cascavel chegou por lá já era mais de 23h. Ele vinha de Santarém, no Pará, e já estava há vários dias na estrada, lotado de pessoas. Quando embarcamos, eu e o Lu, mal sabíamos que as 2 horas e pouco de espera na rodoviária seriam apenas o começo da nossa jornada naquela noite.


Além do desconforto evidente de um ônibus lotado de pessoas viajando há vários dias, ainda passamos por duas inspeções policiais. Na primeira delas, inclusive, rolou uma baita frustração de presenciar o racismo com as pessoas pretas que estavam com a gente no ônibus. Os policiais foram bastante truculentos e desrespeitosos, e tinha até mesmo um cachorro com eles pra farejar drogas, o que intimidava mesmo.


O dog em si não foi um problema, porque ele era fofo e estava fazendo o job dele. Mas a truculência da polícia foi pesada e preconceituosa. O que bateu mesmo foi a tristeza por presenciar uma realidade que ainda é evidente no Brasil: tanto eu quanto o Lu só fomos respeitados por conta do privilégio da cor da nossa pele. E o pior é que não dava pra fazer nada porque poderíamos ser nós, também, vítimas da truculência policial. E lá se foi pelo menos mais 1 hora nessa história.


A segunda inspeção foi um pouco mais tranquila, mas ainda assim consumiu tempo. Tive que descer do ônibus e abrir minha mala para averiguação, mas, dessa vez, nada de truculência. Só que o nó na garganta de me reconhecer como uma mulher branca privilegiada bateu mais uma vez.


Daí em diante seguimos viagem e a nossa chegada, prevista para as 12h30 em Porto Alegre, foi rolar só lá pelas 17h30. Depois fiquei sabendo que essa, a minha primeira viagem de ônibus pela FOURGE, foi também a viagem de ônibus mais longa da história da FOURGE!


E por que eu vim aqui contar tudo isso pra vocês?


Justamente porque toda essa história tem várias lições valiosas para os negócios. A começar pelo fato de que quando a gente planeja algo, seja uma viagem ou uma empresa inteira, é preciso saber lidar com questões inesperadas. Devemos nos preparar, também, pra fazer a gestão de possíveis crises e, depois, tirar das situações aprendizados que vão tornar o nosso planejamento ainda melhor.


Pois é, planejamento estratégico não é estanque. Não adianta nada ele estar lá, documentado, até transformado em um livro bonito. Na vida real, coisas inesperadas acontecem e a gente precisa estar pronto pra se adaptar conforme a empresa e as pessoas avançam.


Que lições então eu tiro dessa história para o planejamento estratégico aí do teu negócio? Ao menos duas super importantes:


  • A gente precisa entender que por mais que se planeje, é fundamental estar preparado pra fazer a gestão de crises que podem acontecer. Então, um bom plano é aquele que já antevê quais são os possíveis riscos do negócio e se antecipa na forma como vai lidar com eles. (Lembrando que, mesmo assim, coisas inesperadas ainda podem acontecer, tá?)


  • Na hora de planejar, o barato pode sair caro, com o perdão do clichê. Avaliar a relação entre investimentos, tempo e energia dispensada faz toda a diferença pra uma viagem, imagine pro futuro de um negócio.


No mês seguinte voltamos ao Paraná pra conduzir um treinamento em Francisco Beltrão. Dessa vez, a viagem até Cascavel foi de avião e, depois, seguimos de carro para a cidade onde seria o treinamento.


Lição aprendida, né?


E por aí, tu sabes como prever possíveis crises no teu planejamento e lidar da melhor forma possível com elas? Conte com a gente!




Leia também:



Descrição da imagem: card traz uma foto do Luciano e da Rebeca após enfrentar as longas horas de viagem, aém de detalhes como árvores, uma bússola e um tênis que remetem a viagens. Em destaque, o texto "Uma viagem muito louca... e algumas lições sobre planejamento, por Rebeca Pizzi"

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