top of page

Para inovar no agronegócio, use mais os teus ouvidos

Atualizado: 13 de out. de 2022

Ouvir a voz do campo ajuda a acelerar a transformação digital do agro e, assim, matar a fome do Brasil e do mundo sem destruir o meio ambiente


Vamos começar este conteúdo com uma pequena história fictícia, mas que poderia muito bem ser real. Era uma vez uma antiga e tradicional fazenda produtora de café no interior do Brasil. Depois de muito estudar os caminhos para evitar perdas na produção, a família proprietária resolveu automatizar a colheita. Além das máquinas para extrair o café, adquiriu também tablets e um sistema capaz de coletar dados em tempo real, o que permitiria corrigir problemas praticamente no momento em que eles fossem detectados. Ao menos essa era a teoria. Na prática, porém, as pessoas que operavam as colheitadeiras dificilmente utilizavam os tablets, e os ganhos de produtividade esperados não foram alcançados.


Por que será que isso aconteceu?





Uma rápida conversa com a equipe de operadores trouxe a resposta: o tablet era pequeno demais para ser usado, com uma tela touch que, para muitas pessoas, era uma novidade para a qual não foram preparadas. Isso sem falar que a tela não permitia uma leitura fácil - imagine quantas pessoas no agro não usam óculos? O sistema, então, era complexo e nem mum pouco auto explicativo. Portanto, se tivessem que inserir os dados em tempo real, teriam que parar a produção e focar na operabilidade da tecnologia.


A solução encontrada foi disponibilizar um monitor com tamanho adequado, além de uma revisão do sistema e a adequada capacitação de todos os funcionários. Só que, o tempo gasto entre implantar a inovação e identificação do problema na prática, houve prejuízo.


Contamos essa história para ilustrar como, muitas vezes, a inovação no agronegócio esbarra não no fator tecnológico, mas sim no aspecto humano. Sem ouvir as pessoas que colocam a mão na massa - ou na terra - antes de optar por esta ou aquela tecnologia pode trazer mais problemas que soluções, o que acaba por distanciar a produção da verdadeira transformação digital do agro. Isso porque, há muitas opções de tecnologias no mercado, mas ainda há um longo caminho para se percorrer quando o assunto é integrar todas essas tecnologias em busca de uma solução completa para as principais dores de quem tira da terra o sustento do mundo.


Quer um exemplo? Vamos de dados:


Ao menos 54% das pessoas que atuam na agricultura em 40 países do mundo pretendem investir em drones ainda neste ano. Este é uma das conclusões do estudo “Situação da Indústria de Drones 2022”, divulgado anualmente pela empresa norte-americana DroneDeploy. A pesquisa ainda detalha que 33% dessas pessoas planejam aumentar seus gastos entre 10% e 50% e 21% afirmam que devem aumentar os gastos em 50% ou mais em sistemas e equipamentos para drones. O aumento da produtividade é a principal contribuição dos drones na indústria agrícola para 67% das pessoas ouvidas, seguido por operações mais eficientes (64%) e facilidade de documentar a rotina (60%). Mas, para conseguir todas essas vantagens do uso dos drones na produção agropecuária, é fundamental entender, primeiro, como é a rotina de quem irá utilizar essas máquinas e, claro, os dados gerados por elas.


Não basta, portanto, só pensar na aquisição da tecnologia. É fundamental:


  • ouvir as pessoas;

  • reformular a operação;

  • mudar a cultura organizacional e a mentalidade de quem trabalha no campo;

  • pensar em novos modelos de gestão e de negócio que, de fato, resolvam problemas; reais do agronegócio no Brasil e no mundo.


Em resumo, é preciso humanizar a inovação no agronegócio para garantir que ela saia do papel - ou das paredes de escritórios onde, geralmente, estão localizadas as pessoas que pensam em inovação.


Tudo isso é mais que urgente. Afinal, estamos falando de um mundo que chegará a 10 bilhões de pessoas em 2050. E um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) já apontou que, para que a humanidade chegue à metade deste século com alimentos suficientes e sem destruir o planeta, novos modelos de agricultura e de tratamento com o campo serão necessários.


Então prepare a agenda.


Para pensar nesses novos modelos é que queremos te fazer um convite: nesta quarta e quinta (24 e 25 de agosto) nossa equipe participa, ao lado da galera do Exohub, da programação do Show Rural de Inverno no Espaço Impulso.


Criado pelo Parque Tecnológico Itaipu - Brasil, a Coopavel e o Exohub - com quem a FOURGE tem uma parceria estratégica nos projetos de aceleração de negócios -, a iniciativa faz parte do Programa Transforma Agro e funciona dentro do parque tecnológico, na região oeste do Paraná. Ela opera como uma fazenda digital permanente na qual startups, empresas e universidades podem testar e validar soluções para as demandas do cooperativismo e do agronegócio.


Se não puder comparecer ao evento, fique de olho nas nossas redes sociais e acompanhe as novidades. E lembre-se: se precisar de ajuda pra transformar o agro, fale com a gente.


Leia também:


16 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page