No primeiro especial da série sobre a nossa mandala, conheça mais do jeito FOURGE de avaliar o ambiente, que vai muito além daquilo que é tangível
Conte uma coisa pra gente: seu negócio é do time terno e gravata ou do time sala colorida com puff e cerveja no fim do expediente? E, independentemente disso, você sabe responder se a galera gosta mesmo de trabalhar aí?
É por isso que essa é uma das cinco dimensões da nossa mandala de modelos de gestão: porque o ambiente é fundamental para que todas as outras se realizem de forma plena. Sem um cenário colaborativo, acolhedor, que respeita as diversidades, os desejos, capacidades e possibilidades de cada pessoa, não tem como ter uma boa gestão de processos, alinhada ao planejamento estratégico, com lideranças que se engajam e engajam as equipes e, principalmente, não dá para pensar que o senso de propósito vai aparecer nessa equação.
Mas como saber se o clima do negócio é do tipo que incentiva que exista comunicação sem medos e senso de pertencimento? Esses elementos geram efeito de comunidade e fazem com que as empresas mostrem ao mercado o impacto que querem oferecer ao mundo.
Eduardo Lopes, o Duda, líder de comunicação e produtos da FOURGE, conta que quando uma equipe de hackers é chamada para fazer um diagnóstico de ambiente, em geral as lideranças querem montar uma agenda de reuniões em uma determinada sala, tirando as pessoas de seus locais e inserindo em um lugar controlado. Nada feito. "O que a gente quer é uma imersão dentro do ambiente em que a pessoa atua. Queremos estar na mesma área, colocar a mão na massa. Se tiver que digitar planilha, a gente faz junto. É o nosso jeito de quebrar o gelo da consultoria que fica numa salinha pra criar a confiança necessária para que as pessoas se abram."
Esse trabalho de análise etnográfica é fundamental para identificar qual o tipo de cenário que existe ali - e o que as pessoas entendem que deve ser feito para que ele melhore. Nos trabalhos de campo feitos pela FOURGE, ao menos três tipos de ambientes já foram mapeados, olha só:
● Ambiente de vaidade: você entra na sala e sabe quem é o chefe - pelo tom de voz, pelas roupas ou por que ele tem a palavra final.
● Ambiente de falta de confiança: falta sinergia. As equipes formalizam tudo entre elas, só fazem reuniões com pautas de trabalho, as ideias são de alguém e nunca de todo o time.
● Ambiente de medo: as pessoas estão sempre tensas - é pedido mais "por favor" do que "desculpa", as falas mudam na presença das chefias, "Eu que não vou falar" é uma das frases mais ditas.
Mãos à obra
O diagnóstico busca entender alguns aspectos para, assim, desenhar um caminho de soluções que transformem esse local em um espaço mais horizontal, colaborativo e fértil para novas ideias. É fundamental mapear o impacto que um ambiente desequilibrado gera na fluidez e agilidade dos processos, se existe competição, com que frequência são propostos desafios aos times - e se eles são alcançáveis -, como é a relação entre as pessoas e se existem estímulos para que compartilhem suas fraquezas e preocupações. As equipes de hackers da FOURGE observam aspectos de vulnerabilidade, confiança, colaboração e protagonismo.
"Nosso principal diferencial ao fazer essa leitura é que não nos limitamos ao que é físico, palpável. A gente faz leitura de emoções, de clima, de modelo de liderança, de energia que transita ali, de como as relações acontecem, qual é o tom - e esse tom não é só de voz, mas na forma de abordar assuntos simples ou complexos, até como acontece a tolerância ao erro nesse ambiente", explica Paula Morel, líder de pessoas e experiência da FOURGE.
E não é só com um diagnóstico fechado que as mudanças são colocadas em prática. Paula explica que as transformações vão acontecendo em meio ao processo, conforme se cria confiança com as pessoas. "A gente começa a entender porque as câmeras estão fechadas nas reuniões remotas e fazer pequenas mudanças para que as pessoas tenham vontade de ligá-las. Ou, em um exemplo mais presencial, já que tem muita gente voltando para o escritório ou trabalhando no formato híbrido, a gente cria momentos nos quais as pessoas queiram estar nesse ambiente, seja uma área do café preparada com afeto, seja uma caixinha com bilhetes em post its com uma frase para a semana que explore a criatividade das equipes", exemplifica.
E por aí, como anda teu ambiente de trabalho? Se precisar de ajuda para responder essa pergunta, fale com a gente.
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O modelo de gestão que conecta pessoas ao propósito do negócio
Descrição da imagem: mesa com papeis, post-its e canetas espalhadas.
#ambiente
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